O crescimento dos e-sports no Brasil e no mundo transformou um hobby em uma indústria bilionária. Mais do que entretenimento, os jogos eletrônicos competitivos criaram uma cadeia de profissionais especializados, desde jogadores até analistas e técnicos.
Em janeiro de 2023, a Forbes Brasil destacou um panorama sobre os salários dos atletas profissionais e o conjunto de funções que compõem esse mercado. Esse cenário permite entender melhor como os e-sports se consolidaram como um setor altamente competitivo e repleto de oportunidades.
Perspectivas de futuro e convergências
O futuro dos e-sports no Brasil parece promissor. O país já é uma das maiores audiências mundiais e conta com uma base jovem que consome intensamente esse tipo de conteúdo. A tendência é que os salários se tornem mais consistentes, novas funções surjam e as organizações consolidem ainda mais suas estruturas. Há também um movimento de convergência com outras áreas do entretenimento digital, como streaming, música, moda e até mesmo jogos de azar regulamentados.
Essa convergência mostra que os e-sports compartilham um público digital que gosta de experiências imersivas e competitivas. Muitos torcedores que acompanham campeonatos de games também se interessam por outros setores de entretenimento online, como os novos cassinos no Brasil. Essa relação não é de concorrência, mas de complementaridade: ambos os setores disputam a atenção de um público conectado, acostumado a ambientes digitais e em busca de inovação. Ao unir comunidades e criar experiências compartilhadas, os e-sports podem fortalecer ainda mais sua posição como centro cultural do entretenimento digital no país.
Faixa salarial dos atletas profissionais no Brasil
O estudo mostrou que os jogadores de elite dos e-sports brasileiros podem receber salários que variam entre R$ 2,5 mil e R$ 30 mil por mês. Essa faixa pode parecer ampla, mas reflete a realidade de um mercado em expansão e com grande variação entre modalidades. Enquanto títulos mais populares e com maior audiência, como League of Legends, Counter-Strike e Valorant, oferecem remunerações mais robustas, outros jogos ainda pagam valores modestos. Já para atletas em início de carreira, ainda em busca de espaço, os salários giram entre R$ 1 mil e R$ 12 mil mensais. Além da renda fixa, muitos jogadores contam com premiações em torneios e patrocínios pessoais, o que pode multiplicar a receita e transformar um ProPlayer em uma celebridade digital.
Esses números revelam um processo de amadurecimento do setor, em que clubes e organizações começam a enxergar os jogadores como profissionais de alto rendimento. Tal valorização vai além do talento dentro das telas: disciplina, dedicação e performance estão cada vez mais próximas da lógica tradicional dos esportes de alto nível. O público acompanha, investe emocionalmente e gera engajamento suficiente para justificar patrocínios milionários e investimentos estruturais.
O papel das funções de apoio e novas carreiras
Se no início os e-sports eram vistos como uma aventura solitária de jovens talentosos, hoje o cenário é muito mais sofisticado. Além dos jogadores, há equipes inteiras de apoio. Analistas de desempenho estudam estratégias, técnicos e coaches preparam treinos intensivos, psicólogos esportivos ajudam na concentração e resiliência, e produtores de conteúdo aproximam os times de suas comunidades.
Essas funções paralelas criaram um mercado de trabalho diversificado, que acolhe profissionais de tecnologia, comunicação, design, marketing e gestão de negócios. O crescimento do ecossistema está intimamente ligado à capacidade de estruturar funções que permitam ao jogador focar apenas no desempenho, enquanto o restante da engrenagem garante o funcionamento do espetáculo competitivo.
Esse fenômeno também se conecta com tendências globais de trabalho digital. Profissionais de marketing e influenciadores de jogos, por exemplo, têm papel fundamental em atrair patrocinadores e construir a imagem das equipes. Sem esse suporte, seria muito difícil competir em um mercado onde as marcas e a exposição são tão valiosas quanto a vitória em si. Esse amadurecimento institucional coloca os e-sports brasileiros em linha com as melhores práticas internacionais.
Comparações internacionais e contratações de destaque
Em países como Coreia do Sul, Estados Unidos e China, os e-sports já se consolidaram como uma indústria de entretenimento de massas. Jogadores nessas regiões chegam a ganhar entre US$ 50 mil e US$ 400 mil por ano, valores impulsionados por grandes contratos de patrocínio e pela audiência global. Esse padrão internacional serve de inspiração para o Brasil, que ainda dá passos importantes em direção a essa maturidade. No entanto, contratações de grande visibilidade já começam a aparecer, como o caso do jogador FalleN, contratado pela FURIA em 2023 por cerca de US$ 700 mil, equivalente a R$ 3,5 milhões. Esse movimento mostra como os clubes brasileiros estão dispostos a investir para consolidar suas posições no cenário global.
Esses contratos milionários não apenas valorizam atletas, mas também criam um efeito simbólico importante: atraem novos talentos, despertam interesse de patrocinadores e consolidam a imagem dos e-sports como um setor lucrativo. Assim como no futebol, onde contratações de destaque movimentam todo o mercado, os e-sports também se beneficiam dessa dinâmica. Cada contratação de peso é um sinal de que o setor está se profissionalizando e pode oferecer estabilidade e projeção internacional para jogadores de alto nível.