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Proteção de dados e segurança no mercado de jogo online

O avanço da tecnologia afetou inúmeros setores, entre eles o mercado de jogos online. As plataformas digitais de apostas, cassinos virtuais e salas de pôquer atraem diariamente milhares de usuários. Mas com o crescimento desse mercado, cresce também a preocupação dos jogadores quanto à proteção dos seus dados pessoais e financeiros.

Segundo uma pesquisa divulgada em 2022 pela Mastercard, cerca de 87% dos brasileiros demonstram receio em relação a fraudes bancárias ou roubo de identidade digital. Sendo assim, garantir a segurança cibernética se tornou um fator determinante para o sucesso e a credibilidade de qualquer empresa do ramo.

Mercado de jogos online no Brasil

O Brasil é mundialmente conhecido pela forte adesão às plataformas de entretenimento digital. De acordo com estimativas divulgadas pelo portal Statista, o faturamento do setor de iGaming (jogos e apostas esportivas) no país pode chegar a superar a marca de R$10 bilhões ainda neste ano, incluindo apostas esportivas e modalidades de jogos online.

Esse crescimento está diretamente relacionado à expansão da internet no território nacional, onde mais de 155 milhões de pessoas já têm acesso regular à rede, conforme dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Entretanto, tamanha expansão traz à tona o debate sobre a legislação e a proteção dos usuários no ambiente digital.

A Lei Geral de Proteção de Dados, em vigor desde 2020, estabeleceu regras claras para o uso e o tratamento de informações pessoais pelas empresas, incluindo aquelas que atuam no segmento de jogos, como as salas de poker da PokerScout. Além disso, a criação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados reforçou as responsabilidades das companhias e criou um mecanismo de fiscalização mais sólido.

Tecnologias e protocolos de segurança adotados

Para minimizar os riscos, as plataformas de jogos online costumam implementar diversas camadas de proteção, tanto para os usuários quanto para a própria infraestrutura. O uso de criptografia de dados por meio de certificados SSL (Secure Socket Layer) é uma prática padrão em qualquer site seguro.

Ele impede que terceiros interceptem as informações que trafegam entre o navegador do usuário e o servidor, tornando a transação muito mais protegida. Além do login e da senha, o jogador também pode ativar uma camada adicional de autenticação, geralmente via SMS ou aplicativo gerador de códigos.

Dessa forma, mesmo que alguém descubra as credenciais de acesso, ainda precisará de outro código para entrar no sistema. E muitos operadores de jogos online mantêm equipes de segurança digitais responsáveis por monitorar 24 horas por dia o tráfego da plataforma, identificando possíveis atividades suspeitas.

Um firewall robusto consegue barrar ataques externos, como ataques de negação de serviço (DDoS) e malware, e ajudar a conter tentativas de invasão. Em 2024, foram registradas 356 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no país, mostrando a necessidade de medidas de proteção eficazes.

Devido à LGPD, as empresas devem informar claramente aos usuários como seus dados são coletados, armazenados e utilizados. Termos de uso transparentes e de fácil compreensão ajudam a criar mais confiança no serviço.

As plataformas mais bem preparadas conduzem periodicamente testes de intrusão para avaliar se existem pontos frágeis nos seus sistemas. Nesses testes, profissionais especializados simulam ataques reais para identificar e corrigir eventuais falhas de segurança.

A importância da LGPD no Brasil

A Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018) surgiu para regulamentar o tratamento de dados pessoais, trazendo diretrizes rígidas sobre coleta, armazenamento e compartilhamento de informações. Isso afeta diretamente o setor de jogos online, pois essas empresas lidam diariamente com dados sensíveis de seus usuários, como nome completo, CPF e detalhes bancários.

Assim, qualquer operador de jogos que atue no mercado brasileiro precisa estar em conformidade com as exigências da LGPD. Em caso de descumprimento, há possibilidade de aplicação de multas que podem chegar a até 2% do faturamento anual da empresa, limitado a R$50 milhões por infração.

A finalidade desse rigor é garantir que as organizações sejam responsáveis e transparentes na gestão de informações. Além das obrigações legais impostas pela LGPD e pelos órgãos reguladores, as empresas do setor de jogos que buscam conquistar ou manter a confiança dos usuários investem em políticas internas de compliance.

Isso inclui a criação de canais de denúncia, auditorias independentes e treinamentos específicos para funcionários, a fim de minimizar o risco de vazamento de dados causados por erros humanos. Muitos operadores também seguem boas práticas definidas por organizações como a International Organization for Standardization (ISO), que estabelece padrões de gestão de segurança da informação (ISO/IEC 27001).